terça-feira, 3 de junho de 2008

UM SONHO













Esta noite tive um sonho bom e feliz!
Sonhei com gaivotas em bando, um bando calmo numa paisagem marítima, tranquila, talvez a Ericeira, uma leve brisa e vozes que me eram familiares mas que, uma vez acordada, não consegui identificar.

Sempre tive uma grande empatia com as gaivotas. Sempre gostei de as observar, quer em voos picados, quer em voos planados, quer em passagens rasantes junto às rochas, ou em partidas desenfreadas perdendo-se nas lonjuras. Sempre gostei do grasnar delas, que é diferente, nas diversas estações do ano e até nas diferentes horas do dia. Muito gosto de as admirar de perto, quando pousadas têm um certo ar altivo e desafiador e um menear de cabeça que parece seguir-nos, ouvir-nos e a qualquer momento, responder…

Enquanto, preguiçosamente, ia acordando de verdade, a propósito do sonho, lembrei: o «Fernão Capelo Gaivota» livro de Richard Bach, o filme, «Jonathan Livingston Seagull», baseado na mesma obra e de que tanto gostei, à época, com a música e voz inesquecível de Neil Diamond…
Lembrei que como o Fernão, nunca me «contentei em voar apenas para comer mas sempre quis esforçar-me em aprender tudo sobre o voo…»
Lembrei a dramatização que realizei com alunos, em trabalho de fim de estágio, «O Julgamento de Fernão Capelo Gaivota» e na dificuldade que tive em arranjar um aluno que, depois de estudada a obra, quisesse ser o advogado de acusação do Fernão. Todos o queriam defender e quase me iam estragando o trabalho. Lá conseguimos, a minha orientadora e eu, convencer um miúdo mais sério, mais introvertido que acabou por se sair muito bem, nesse papel. Ainda para mais, a absolvição de Fernão estava, à partida, garantida!
Lembrei a canção «Somos Livres», «uma gaivota voava, voava…», de Ermelinda Duarte que tanto nos fez vibrar no pós 25 de Abril e que me ajudou a terminar, em apoteose, essa representação, conseguindo pôr todos os participantes e espectadores a cantarem de forma muito empenhada e afinada.

E lembrei que, no dia em que nos lançámos nesta aventura de «blogar», recorremos a uma fotografia recente, tirada justamente na Ericeira, a que demos o título de Sentinela Atenta, já que essa é, decididamente, a nossa postura na vida, gostamos de estar sempre alerta e atentas a tudo o que nos rodeia!
Depois, fiquei um tempo embalada pelo esvoaçar das gaivotas, pela magia dos seus mergulhos, pelo olhar profundo e inquietante daquelas aves únicas!
E desejei ser livre, voar como elas e partir sem destino marcado, mas sempre com a certeza de um abrigo seguro e reconfortante, na hora do regresso!




2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!!Lindo, sentido, verdadeiro!!
Como me senti "embalada", também!!O
desejo de voar,de riscar os céus, é tão antigo!! Será q. nasceu com o Homem, tal como o desejo de Liberdade?? Um beijo.isa.

goiaba disse...

Gostei do teu sonho e das gaivotas.
E, sobretudo, gosto do que escreves. Abraço