quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O FLUVIÁRIO DE MORA

Muitas vezes é preciso que a nossa amiga I.Lucilia venha do Funchal, cheia de genica e vontade de conhecer novos lugares, para que nos disponhamos a sair, as vizinhas todas, por um dia, estrada fora, à descoberta de «coisas» que fomos assinalando, como de interesse, ao longo do ano.
Assim tem sido noutros verões, assim foi agora!

Desde que foi inaugurado o Fluviário de Mora, a 22 de Março, dia mundial da Água,no ano passado, que a curiosidade foi crescendo.
Por isso, no sábado passado, lá fomos, de manhã cedo, a caminho do Alentejo, de boa disposição, com bom caminho, apesar do calor que se fazia sentir.
Para despertar o interesse de quem nos lê, aqui fica o registo da visita.


Esta obra, de elevado interesse para o país, e para o Alentejo em particular, veio colmatar uma importante lacuna na protecção e reprodução das espécies de peixes de rio.
O edifício de 2300 metros quadrados, construído no Parque Ecológico do Gameiro, nas margens da Ribeira da Raia, é composto por uma série de aquários e tanques, que representam um rio, desde a nascente até à foz, e a sua fauna durante este percurso, apresentando as espécies que podem, ou podiam outrora, ser encontradas em cada local.Este arrojado projecto, único na Europa, nasceu de um protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Mora e o Oceanário de Lisboa, e contou também com a participação do Instituto de Conservação da Natureza e do Departamento de Biologia da Universidade de Évora.


Para além das espécies nacionais, podem ser encontradas espécies de rios de outros continentes, nomeadamente da América do Sul e de África, bem como répteis e lontras asiáticas.Como é sabido, não é fácil observar a fauna que habita a água dos rios. Esconde-se nos pegos, esgueira-se entre rochas e plantas, dissimula-se em lodos, areias e águas turvas. No Fluviário de Mora, esta vida ganhou transparência e deu-se a conhecer a todos os visitantes.


A visita processa-se em cinco momentos.No primeiro, “Percurso de um Rio”, seguimos uma exposição viva da fauna fluvial, das nascentes até à foz: a par e passo, vamos descobrindo os misteriosos habitantes do leito, dos pegos, dos ribeiros, das cascatas, das albufeiras, das zonas de migração, do estuário, da foz.


Ali podem ver-se vários exemplares de bordalos, gambúzias, pardelhas, chanchitos, verdemãs, percas-sol, bogas, trutas, enguias, carpas, pimpões, achigãs e lúcios, entre muitos outros. Até o esturjão, extinto a nível nacional, já “habita” o Fluviário que pretende contribuir para reintroduzir em habitat natural algumas das espécies ameaçadas e em perigo.No fim deste percurso, o habitat das ágeis e divertidas lontras surpreende-nos.



De seguida, passamos ao exterior. Um passadiço dá a volta à parte traseira do edifício, enquadrada por água. É o percurso do Lago. Há patos e cisnes e fomos mesmo brindadas por uma exibição de todo o esplendor de um imaculado cisne branco.


Dali, passamos a um novo conjunto de aquários que nos levam até às longínquas paragens dos Habitats Exóticos: a Amazónia e os grandes lagos africanos.
Pacu-negros, aruanâs prateados, peixes-gato, peixes-azul cauda de lira, bichir-cinzentos (enguias dinossauro), peixes-tromba de elefante, os mata-mata (aqui lembrámos Scolari e a expressão que introduziu na nossa gíria desportiva), a pirapitinga, o peixe-faca, os ciclídios-limão são alguns desses habitantes, não faltando as piranhas vermelhas.

O Fluviário dispõe ainda de um Auditório e um Centro de Documentação, uma Sala de Aula/Laboratório, óptimo apoio para as visitas de estudo das muitas escolas que já por lá passaram.

Visitámos ainda a Sala das Exposições Temáticas Temporárias, onde se promovem destaques mensais com divulgação de aspectos da flora e fauna ligada aos rios.

No fim da viagem, uma Exposição Multimédia Interactiva. Com a mão a servir de “rato”, accionamos as pedagógicas imagens que nos falam, entre outros temas, do ciclo da água, da poluição, das migrações, da agricultura, da pesca e das actividades de lazer ligadas ao rio.

E como tudo está pensado, existe, no Fluviário, um óptimo restaurante, com comida regional alentejana, ar condicionado e vista para a zona interior onde brincam as duas lontras, já que uma das paredes é constituída por um dos vidros do aquário que elas ocupam.
Experimentámos os pratos mais tradicionais desta zona: entradas com petiscos (cavala em molho de escabeche, tirinhas de entremeada frita e queijo seco), depois as migas de espargos, a carne do alguidar e o lombo de porco grelhado. Para sobremesa, um triângulo de Sericaia com calda e ameixa de Elvas. Um festim só permitido poucas vezes no ano!!!
Uma visita a não perder!











2 comentários:

Anónimo disse...

Como matutina k sou,deixo aqui uma palavrinha,para transmitirem à I.Ainda bem k ela vem ao
"contenente" pq. leva as Amigas a visitar(1º),fotografar(2º)e a postar(3º) um desafio mto bem escolhido. Jinhos.
isa.

Rosa dos Ventos disse...

Ainda não visitei o Fluviário, mas já está na lista dos próximos passeios!

Abraço