quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Um mundo de pernas para o ar!

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas alega que os baixos valores pagos pelas Seguradoras pelos actos médicos leva a que os seus colegas utilizem materiais de “qualidade duvidosa”, poupem na esterilização de equipamentos, façam mais tratamentos do que os necessários, dediquem tempo reduzido aos doentes, … E diz, sem vergonha:” quando os actos médico-dentários não são pagos convenientemente, obviamente a corda vai roer pelo lado da qualidade” (o sublinhado é meu)

Será que os médicos dentistas não fazem o chamado “Juramento de Hipócrates” como julgo ainda fazem os outros médicos? (Será que fazem?...)
Não cabe a um bastonário excluir ou pelo menos suspender da Ordem todos os que não o cumprem, seja quais forem as razões? É legítimo que os represente e denuncie incumprimentos como se fossem as Seguradoras a ter culpa da irresponsabilidade de alguns associados? Não será, em situações limite, que se testam os níveis de profissionalismo?
Claro que é preciso intervir junto das Seguradoras, que só visam lucro e não “juram” servir ninguém, numa mais razoável relação preço/acto médico. E não seria mau investigar as margens de lucro dos médicos – dentistas ou não …
E se as Clínicas Dentárias acham que os preços das Seguradoras são baixos, não façam acordos de Saúde … fechavam muitas por falta de clientes e forçavam o Serviço Nacional de Saúde a melhorar a prestação de serviços nessa área.

Testemunhos pessoais ou não têm mostrado que os atendimentos em consultório particular sem acordo com nenhuma entidade, ou a marcação de exames, são sempre mais prontamente realizados e mais cuidadosamente acompanhados do que os sujeitos a acordos – sobretudo com o Serviço Nacional de Saúde ou com a ADSE.
Deve ser coincidência …

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