terça-feira, 7 de abril de 2009

Externato Educação Popular – Os medos e os silêncios

Temos relatado a situação da colega Ana que é vítima de uma gestão Pedagógica e Executiva com contornos estranhos, situação que relatámos a 31 de Março. Tal como prevíamos esta clausura forçada, cumprindo rigorosamente um horário de 28 horas, sentada numa secretária sem funções atribuídas, num espaço mínimo, tem agravado o estado físico e psicológico da colega. Hoje teve que pedir intervenção médica devido ao agravamento dos problemas da coluna e terá rapidamente que pedir também intervenção psicológica.
A esta situação desumana assistem todos os que trabalham neste Externato e que, medrosamente, vão comentando pelos cantos esta situação, mas nada podem fazer. O medo é superior a qualquer acto de solidariedade. Nos tempos que correm todos temem perder o seu lugar de trabalho e sabem que à Ana foi feito tudo isto para avisar que é preciso calar, não ver, nem ouvir.
Infelizmente a Direcção da Associação é composta por “dependentes” da prestação de serviços o que não lhes dá a liberdade de independência necessária. Assim, assiste-se a toda esta injustiça no silêncio… esperando talvez que outros de fora possam intervir e tornar público este caso.
Uma professora impecável, boa Directora de Turma, excelente colega, com uma assiduidade intocável, 6 faltas em seis anos de serviço, devidamente justificadas, é despedida por ter, alegadamente, uma falta injustificada. Claro que, mesmo com todos os recursos feitos pela Direcção, o tribunal não poderia considerar motivo válido de despedimento.
Estamos na Páscoa, momento de reflexão religiosa, católica, fazendo retiros de interioridade e relação amorosa com Deus. Pergunto-me, será que não existe, nestas almas, um pouco de consciência pesada pelos actos praticados?
Não me cabe julgar, mas acredito que, apesar de tudo, a LUZ é mais forte que a ESCURIDÃO e que um dia haverá um julgamento sério destas maldades. O poder corrompe o ser humano, torna-o frio, calculista e agressivo. O “poderzinho”, mesmo efémero, serve para vinganças pessoais, sem justificação plausível.
O que existe por detrás deste comportamento? Toda a gente comenta que é estranho mas não existe averiguação. Porquê?

19 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Mesmo muito estranho!...

Abraço

Sonhando disse...

É tão terrível esta situação. Poderia ter acontecido com qualquer professor ou funcionário da Instituição. Foi com a ANA porque ousou desafiar o "poderzinho". Isto é desumano, o que se está a fazer à Ana É PIOR que todo o incrível processo judicial a que foi submetida. Mas o que mais me repugna neste moemento é o silencio farizaico de quem a tudo assiste e tudo cala! Estamos na Páscoa. O odioso Pilatos, que lavou a suas mãos sabendo que Jesus estava inocente, está dentro de cada uma das pessoas que assistem a esta barbaridade e não a denunciam!

Anónimo disse...

Tudo isso que se passa é tão revoltante,tão chocante!
Teremos voltado,por horrenda magia,
ao tempo da Inquisição?
Abraço.
isa.

goiaba disse...

Espero que a Ana se aguente e se faça justiça. Não que tenha muita esperança ...

apais disse...

Sou mãe de uma aluna do Externato Educação Popular. Sou uma optimista por defeito ou feitio,enfim, gosto de me concentrar no aspecto mais positivo das pessoas e das instituições. Após ler todos os comentários o que me apraz dizer é que, pese embora as defifientes condições fisicas do Colégio, iguais a tantas outras escolas no País e no Mundo, sempre senti um ambiente de solidariedade entre os funcionários, docentes e não docentes. Afinal o que nos vai acompanhar durante a vida? As condições da Escola ou os sentimentos que se constroem. Ao contrário de todos os que comentaram,a Irmã, directora pedagógica, sempre teve tempo para me ouvir, sempre me deu atenção, sempre me acarinhou a mim e à minha familia, tenho 4 crianças familiares na escola ( filha e sobrinhos)nenhum deles teve necessidade de vir à praça pública resolver os problemas, houve sempre alguém do Colégio para nos ouvir. Com estes comentários estamos a passar para segundo plano o aspecto emocional, preocupados com o tamanho das salas e esquecendo o conteúdo pedagógico. Sejamos sinceros, aqui não se passa nada de extraordinário... apenas um grupo de alunos que formam uma equipa coesa e unida.Além disso o Colégio é privado, quem não estiver satisfeito pode sempre sair há alternativas com melhores condições físicas, salas grandes e arejadas, bares e refeitórios gigantes, escadas largas enfim, palacetes disfarçados de escolas. O objectivo da escola é ensinar, alguém se preocupou com a qualidade humana do ensino? Com a disciplina e rigor da educação? Eu por mim prefiro um pequeno espaço onde "tropeço" no "outro", desde que o "outro" venha por bem...No Colégio do Amor de Deus todos são bem vindos, desde que venham por Bem.

Mar Lis Goiaba disse...

O seu comentário não deixa de ser interessante, fala como encarregada de educação e sente-se feliz com a escola onde estão os seus filhos, ainda bem, ninguém está a por em causa o ensino nessa instituição.Gostaria é que comentasse a situação profissional da professora Ana, isso é que nos preocupa. Imagine-se na situação dela, sinta na pele o que lhe está a acontecer.Se é trabalhadora gostaria que tal lhe acontecesse? Se realmente tudo se resolve com tão bom diálogo porque foi esta professora castigada? Onde está a solidariedade? Este externato pertence a uma Associação e os associados têm o dever de cuidar da qualidade do estabelecimento de ensino e de chamar a atenção para as incorrecções.

goiaba disse...

apais
Deixei um comentário no seu blog mas como tem "moderação" e não está actualizado, admito que não o veja.
Queria só dizer-lhe que compreendo que não sinta nada do que referimos na sua relação com o colégio. Ainda bem.
Só viemos "à praça pública" por solidariedade com uma colega que foi despedida por ter dado uma falta injustificada ( que ela diz não ter dado e por isso assinou o livro de ponto), foi readmitida por decisão do Tribunal e está nas condições que descevemos nesta e noutroas postagens.
Foi também por solidariedade com colegas injustamente tratados ( que ainda hoje não são pagos como a lei manda) que discurdámos da gestão administrativa e pedagógica.
Já fomos professoras do colégio, empenhadas num projecto educativo preocupado com o bem estar geral e a qualidade de ensino. Tem razão quando diz que as condições materiais não são o mais importante mas é preciso que, quando há disponibilidades financeiras se pense sobretudo nos alunos.
No que me diz respeito, para além da solidariedade com colegas que têm a coragem de defender o que acham certo, o Externato Ed.Popular não me interssa.
Espero que continue a visitar este blog e deixe os seus comentários mesmo discurdando - a crítica bem educada e construtiva é sempre necessária.

Unknown disse...

Concordo com a apais e explico porquê:
Se lerem a noticia que saiu na tvi24: http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/professora-externato-cr-externato-educacao-popular-educacao-tvi24/1057142-4071.html#5
poderão verificar porque é que a Sra. Ana Filipe foi despedida.
Afinal não foi despedida porque pediu aumento mas sim porque falsificou o livro de ponto...(de acordo com o que está escrito no texto)
Desculpem mas não tenho pena nenhuma desta Sra.

Mar Lis Goiaba disse...

É pena desconfiar sem ter provas,a noticia tem vários erros e receberá os comentários correctos. A Ana não faltou nem falcificou livro de ponto, podem-se ler todas as três conclusões do processo .Só nesta ultima conclusão apareceram esses dados.A história é complexa e mal contada, mas de qualquer modo o importante aqui é a desumanização da atitude da direcção. Um espirito CRISTÃo não pode ser vingativo ou então, pobre padre Usera de que lhe valeu ser um lider do bem?

ZIA disse...

" Desculpem mas eu não tenha pena nenhuma desta Srª"...
é assim que a Srª Ana termina o seu comentário...
Pois eu tenho muita pena de si, Srª Ana, já que demonstra total ausência de espírito cristão, não tem uma pinga de solidariedade, não se informou sobre a verdade dos factos, é desumana e...conivente com as injustiças praticadas com esta professora.
Lamento ter de responder aqui mas o seu perfil, o seu blog não permitem acesso para que lhe responda, como gosto, directamente!
Como sou uma pessoa de bem e de fé, talvez, um dia, Srª Ana, seja possível saber-se toda a verdade!
Aquilo que acima de tudo reivindicamos é um tratamento digno, justo e humano para com uma profissional que sempre foi impecável!
ZIA

Unknown disse...

Não preciso que tenha pena de mim...
E também não tenho espirito cristão...é verdade!!!
Acontece que a Sra também não o deve ter pois senão saberia ouvir ambas as partes, aquelas que dão razão à sua amiga e as que têm outra opinião...
Se a sua amiga fosse assim tão cristã, não tinha falsificado o livro de ponto (e atenção que isto não são palavras minhas mas sim do texto que consta no tvi 24)...
Não acha um pouco disparatados os factos que são apresentados no expresso? "pediu aumento, e foi despedida", acha que nos dias de hoje isso tem lógica???
Posso aceitar que defendam a vossa amiga mas daí a criticarem todas as pessoas que têm opinião diferente da vossa, por favor também é demais!!!
E não tem nada que responder à letra, como se fosse dona da razão...isto é um blog e portanto é uma partilha de opiniões...ou só queriam que respondessem aqui quem só é a vosso favor?

Maria disse...

Sra Ana: seria de facto uma falsificação se a Professora tivesse faltado. O que não é o caso.
Mas aqui entre nós, acha bem, que alguém seja posto numa sala sem nada para fazer?
É claro que todos nós temos direito a uma opinião, mas parece-me que quando se trata mal as pessoas, as opiniões são unânimes: devemos tratar bem o próximo.

ZIA disse...

" E também não tenho espirito cristão... é verdade!"
Depois disto, Srª Ana, nada mais tenho para lhe dizer!!

Unknown disse...

Ah pois é, como são amigas da tal senhora, já não contam toda a verdade, ou não querem saber. Mas pelo que o tribunal provou segundo a notícia do tvi24, essa senhora falsificou mesmo um livro de ponto, o que é mesmo muito grave. Eu não gostaria de saber que o meu filho estava a ter aulas com uma falsária.

Mar Lis Goiaba disse...

Srª Ana vou tentar sintetizar aquilo que não deve saber e por isso se agarra a essas noticias como verdades únicas. Os problemas com a profª e com a direcção começaram realmente por questões de reivindicações salariais e não só, a prfª e todos os professores do Externato não estavam inscritos da Caixa Geral de Aposentações , estamos a falar de finais de 2005 e início de 2006. Os pagamentos salariais não se faziam de acordo com as tabelas salariais. A Ana tentou dialogar, escreveu, pediu e não obteve resposta. Assim teve que pedir ajuda jurídica no Sindicato dos Professores. O Externato foi obrigado a pagar e a fazer a inscrição da profª na CGA. Isto foi sensivelmente por volta de meados de Fev de 2006. A partir daí tudo se complicou.
E m 3 de Maio de 2006 a Ana verifica que lhe é descontado 1 dia de trabalho por falta injustificada.
Recorre, questiona ,e assume não ter faltado, o que pode ser comprovado pelo colega com quem trabalhava em parceria. Mas não havia mais testemunhas, as funcionárias de serviço nem sequer foram ver se realmente tinha faltado.
A Directora Pedagógica nunca lhe perguntou por aquela falta .
Entretanto nas reuniões de avaliação é feita uma vistoria dos livros de ponto(todos os professores tinham pequenos pormenores esquecidos, como sumários e mesmo assinaturas) a Ana colocou a sua assinatura no espaço reservado às assinaturas, desconhecendo a falta em questão. Estava lá um traço transversal, separador de assinaturas, mas não ligou, pensando que tinha sido feito pelo colega. O normal e que foi testemunhado por colegas e pela própria Directora, em tribunal, seria estar a palavra FALTOU. Logo, a própria Directora disse em tribunal que tinha sido aconselhada a pôr o dito traço e não a palavra . Nem o próprio Juiz conseguio saber quem a aconselhou porque a senhora respondeu que tinha sido a sua consciência.
Bom, mas a Ana foi despedida, decorreu o processo e ela foi sempre ganhando a causa e a Direcção teimosa ia recorrendo gastando um dinheirão. Nada se apontava de grave e justificativo para o despedimento, mas ainda houve mais um recurso até este final que é bem diferente dos outros, mas que de qualquer modo considera a falta injustificada não ser motivo suficientemente grave para despedimento. As questões colocadas nas alegações finais do processo não se podem retirar do seu contexto e jogar com elas. Há que ler tudo para entender!
Acredite que o motivo da nossa indignação é ver que uma colega, absolvida e integrada por ordem do tribunal , que em 6 anos de serviço, só deu 6 faltas devidamente justificadas, esteja confinada a passar os dias numa pequena sala sem qualquer tarefa e afastada da comunidade escolar.

Tentei explicar simplificando, agora faça o seu juízo de valor.

colors disse...

É engraçado que os "amigos" da profª Ana, acham que só as noticias contra a escola é que são verdadeiras, que giro!!! A Tvi deve ter inventado a história toda que escreveu... Isto está a parecer mais um lavar de roupa suja, que outra coisa!!!! Se não têm nada para fazer, deixem trabalhar quem precisa, e nos dias de hoje, deviam agradecer ter emprego, nem que seja numa sala com 6m2!!

Mar Lis Goiaba disse...

PAra que o bom nível e a seriedade do nosso blog se mantenha damos por terminadas as respostas às questões.

colors disse...

Pois é, quando a conversa não nos interessa, o melhor é não falar mais!! Pensava que a critica educada e construtiva era bem vinda no blog!!

Unknown disse...

Este era o ambiente que se vivia nesta externato com o anterior grupo de profºs, funcionários. e respectiva direcção.... "Educar no amor porque só numa atmosfera de carinho, confiança e respeito mútuos poderá haver sinceridade na relação educativa e os educandos se confiarão aos educadores, certos do apoio, compreensão e orientação que neles encontrarão. Educar por amor
porque só o educador que ama a sua tarefa e a ela se dedica com generosidade, sem exigir reciprocidade, sem esperar correspondência, poderá contribuir, com a sua presença alegre e dinâmica, para um clima afectivo em todo o ambiente escola.” Padre Usera