sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Prémio Nobel da Paz

O Prémio Nobel da Paz 2011 foi atribuído a três mulheres: a presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, a activista também liberiana Leymah Gbowee e a iemenita Tawakul Karman - «pela luta pacífica em defesa da segurança das mulheres e dos direitos das mulheres na participação total no trabalho de construção da paz».

Ao justificar a atribuição foi lembrado que, em 2000, o Conselho de Segurança da ONU adoptou uma resolução que tornava, pela primeira vez, a violência contra mulheres em conflitos armados um assunto de segurança internacional.
Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, é economista formada em Harvard e a primeira mulher presidente de África ( eleita democraticamente em 2005 Presidente da Libéria). Apresentou-se na campanha de 2005 como reformista e pacifista e volta a candidatar-se a novo mandato na próxima terça-feira.


Leymah Gbowee também é liberiana e destacou-se quando organizou um grupo de mulheres cristãs e muçulmanas a para desafiar os senhores da guerra na Libéria. Contribuiu para o termo da guerra civil ( em 2oo3) e para a participação feminina nas eleições. Considera que o prémio é para todas as mulheres, sobretudo as africanas.

Pode parecer estranha a atribuição do prémio a duas mulheres do mesmo país não fosse a Libéria ( liberdade) uma nação africana muito especial, fundada e colonizada por escravos americanos libertados e transportados para aquele pedacinho de terra com a ajuda de uma organização privada – American Colonization Society ( entre 1821 e 1822) !! … ( não havia petróleo na zona …). A estes ex-escravos foram-se juntando todos os libertos dos navios negreiros que eram repatriados para a Libéria e não para os seus países de origem. Desta amálgama construiu-se uma nação com nome de capital ( Monróvia) inspirado no quinto presidente dos Estados Unidos …

Parece justificado o esforço e o mérito de conseguir alguma PAZ entre Homens tão sem raízes.



Tawakul Karman, a outra premiada, tem 32 anos e liderou a organização “Mulheres Jornalistas sem Correntes”, um grupo de defesa dos direitos humanos. Tem desempenhado um papel fundamental na organização dos protestos no Iémen contra o governo do Presidente Ali Abdullah Saleh ( desde Janeiro), apesar do seu pai, jornalista, ter sido ministro dos assuntos legais no governo de Saleh Karman.

Em 110 anos de história, o prêmio Nobel da Paz tinha sido atribuído a somente 12 mulheres. A última homenageada foi a ecologista queniana Wangari Maathai, que morreu no dia 25 de Setembro passado. Era bióloga, foi vice-ministra do Meio Ambiente do Quénia e responsável pelo projecto de reflorestação no país. Descreveu num livro a história da sua luta e determinação : “Indomável – uma luta pela liberdade” ( falamos dele aqui em Setembro de 2008)

3 comentários:

Mar Lis Goiaba disse...

Espantoso!As mulheres estão aí para provarem a sua coragem e para ajudarem a mudar o planeta!

ZIA disse...

Também me emocionei a achei bem justo este reconhecimento mundial. E mais, premiar três mulheres que se distinguiram por feitos relacionados com lutas pelos seus países, pelas mulheres, pela paz, pela igualdade de direitos é um grande passo dado por homens. Está mudadndo muita coisa e eu sinto-me feliz por viver ainda esta época! E mais se verá ainda! Grande dia! PARABÉNS!
ZIA

Rosa dos Ventos disse...

A maioria das mulheres são umas lutadoras pelas paz!

Abraço